sábado, 6 de março de 2010

Regresso a Águeda

No início de Junho voltei a Águeda. O objectivo era acompanhar de perto a conclusão do trabalho de estúdio e pressionar o Nuno para que o enviasse o mais rápido possível para a Fábrica, de forma a ter os discos no mercado ainda durante o Verão de 2004.
Quando cheguei aos estúdios, as gravações estavam concluídas, faltando apenas a masterização e alguns ajustes aqui e ali...pormenores...
Foi então que, por mero acaso, questionei o Lino sobre a hipótese de acrescentar uma faixa escondida ao Álbum...era uma música diferente porque, pela primeira, e até hoje, única vez, tinha saído em brasileiro. Lembro-me, na altura em que a fiz, de querer expressar-me sobre algo muito triste mas em tom festivo ...e a única forma de cantar tristezas em tom de festa , é fazê--lo em brasileiro...foi exactamente isso que pensei! Ainda assim, e por destoar muito de todos os outros temas, resolvi incluí-la no cd como faixa escondida...logo depois da última música, aos 3:31...o Nuno não queria alinhar no esquema, por dizer tratar-se de algo ilegal, mas "que se lixe o Nuno!" pensei eu! Já estava farto das suas histórias, eu e todos os empregados que com ele trabalhavam, embora ninguém fosse frontal o suficiente para o dizer na sua cara!
A gravação de "Paulinha" foi, no mínimo, estranha: para reduzirmos ao máximo a captação de som, de forma à minha voz ficar o mais a seco possível, montou-se uma espécie de tenda, dentro do próprio estúdio, feita com cobertores. Eu cantava debaixo dos cobertores e , uma vez mais, o Lino mostrava o seu enorme talento e criatividade como produtor!
Concluída "Paulinha", passou-se à fase dos detalhes e masterização, seguindo-se a impressão dos singles, que eu próprio ajudei a fazer, e dos cartazes e postais de promoção.
Pelo meio um telefonema meu à DECO, para me informar sobre a legalidade do meu contrato. O Nuno soube-o, e isso só fez com que se apercebesse que não estava a lidar com nenhum tolo...tinham acabado os cinismos: àquele ponto, ele já sabia que o tomava por mentiroso compulsivo e eu já sabia que ele se queria ver livre de mim o quanto antes...isso só me ajudou a apressar o processo de conclusão do disco!
Entretanto foram enviados os singles promocionais (com as músicas Pra Qualquer Mundo e Parado e Distante) para cerca de 200 rádios nacionais e estrangeiras...estava , assim, dado o pontapé de saída no disco "Longa-Metragem", nome por mim escolhido para personificar aquilo que, era meu desejo, fosse o início de uma longa e bem sucedida história no mundo da música!
No dia 15 de Julho, voltei a São Miguel para ensaiar para o Concerto de São Jorge, seis dias depois. Os ensaios já tinham começado sem mim, por isso quando cheguei as coisas estavam já bastante adiantadas.
Estava prestes a estrear-me num grande palco...a Longa-Metragem ia começar!

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