terça-feira, 25 de maio de 2010

Eu levo no Pacote (parte 1)

À primeira vista parece fácil, mas é muito mais complicado do que se possa fazer crer. Lutar contra o sistema, que era o que estava a tentar fazer, era uma missão titânica e logo nos primeiros dias foi fácil perceber isso mesmo.
As rádios locais fazem o que podem na divulgação da música portuguesa, sendo graças a elas que os artistas nacionais ainda se conseguem manter vivos, ainda que ligados às máquinas, mas daí a dizer que o seu trabalho é pedagógico, vai um grande passo. Nos primeiros dias de estrada o que mais me impressionou, para além de ter que fazer centenas de km por dia, foi a forma quase mecânica como os locutores me faziam as entrevistas. Dava para ver que perguntavam sempre a mesma coisa a todos e que todos, em Portugal, são milhares! Há cantores por todo o lado e todos à procura do seu lugar ao sol! É uma luta desenfreada pelos tais quinze minutos de fama!
Na mesma altura em que estava a fazer a volta a Portugal às Rádios, outra "cantora" estava, também ela, a fazer a promoção do seu novo trabalho. Normalmente, quando chegava a uma rádio, ela tinha lá estado no dia antes e, por isso, vinha sempre à baila o seu nome. Foram dezenas os locutores que, com os microfones desligados, me falaram dela. E ela era (e é!) a Rosinha! Contavam-me que estava a fazer grande sucesso e que a sua música nova "Leva no Pacote" era uma das músicas mais tocadas do Verão!
Para que conste:



...ouvindo, da boca dos próprios responsáveis das rádios, que esta era uma das músicas mais procuradas pelas pessoas, que estava eu a fazer? Teria sido precipitada a minha decisão de fazer as Rádios Locais? Que nível cultural teriam afinal os portugueses? Porque razão ainda haveria espaço para aquela tipo de poluição sonora/intelectual nas Rádios?
Parafraseando Scolari..."e o burro sou eu?"

Sem comentários:

Enviar um comentário