quinta-feira, 6 de maio de 2010

Estúdio

Se em 2004, quando fomos gravar, nos debatemos com uma enorme falta de profissionalismo, desta feita sabíamos ao que íamos. A experiência era outra, não havia limitação de tempo, uma vez que o estúdio estava por nossa conta e, mais importante que tudo,sabia exactamente que tipo de som queria: queria um álbum rock com nuances pop. Algumas das músicas que ia gravar tinha-as feito ainda antes de gravar o primeiro cd, logo, já tinha tido tempo de as "experimentar" em vários formatos, inclusive ao vivo, em alguns Concertos. Logo, havia uma segurança que em 2004 não existia. Naquela altura peguei nas minhas músicas todas e gravei-as. Desta feita, gravei aquelas que, de entre cerca de vinte, achei que seriam as melhores tendo em conta diversos factores.
As gravações decorreram em bom ritmo...quando há sintonia entre o artista e o produtor é muito mais fácil, e a verdade é que o Lino entende onde e a quem quero chegar com as minhas músicas. Sabe onde colocar o solo de guitarra, a linha de baixo ou o ritmo de bateria mais ou menos elevado...é óbvio que há sempre diálogo entre as partes. E ainda bem porque é, normalmente, através dele, que atingimos a perfeição!
Houve dois temas sintomáticos no que toca ao debate de ideias: "Fumar" e "Só neste chão", curiosamente dois dos três que já tinham sido registados numa maquete gravada na Sala de Ensaios pelo Missing(Miguel), na altura em que ainda era ele o guitarrista. A verdade é que gostava dos temas tal como tinham sido concebidos e achava que tinham um grande potencial comercial. Mas o Lino discordava: achava que podiam ficar ainda melhores e, sem mexer na estrutura base,queria introduzir pequenas alterações na linha melódica e vocal. Depois de algumas horas de experiências, acabei por aceder à sua pretensão por duas razões:

- Por achar que as alterações não poriam em causa a essência das canções;

- Por ter percebido que o Lino estava convencido que, daquela forma, as músicas ficariam mais consistentes e profissionais.

Eu acredito que devemos manter as nossas convicções até ao fim, mas quando se está em Estúdio as decisões têm de ser tomadas a dois. É quase como uma grávida e uma parteira: uma precisa da ajuda da outra. Assim é no estúdio, onde nascem as canções!

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