terça-feira, 27 de abril de 2010

Concerto no Coliseu

O Concerto no Coliseu deu-se por mera casualidade. Uns meses antes tinha ficado no ar, depois de uma conversa entre o meu Pai e a Vereadora da Cultura, a ideia de que havia a possibilidade de tocar no Festival de Verão da Ribeira Grande (a segunda cidade de São Miguel). Como tal questionei o Lino sobre a hipótese de vir tocar comigo aos Açores, ao que ele acedeu e organizou a sua vida para por lá passar uma semana de férias. No fim do mês de Abril confirmou-se que não faria parte do cartaz. Sabendo disso, enviei um "e-mail" ao Director do Coliseu Micaelense, à época o Sr.José Andrade,expondo-lhe a situação, na esperança de poder usar tão ilustre Sala para um Concerto na minha Terra Natal.
A resposta foi quase imediata:

"Caro Bruno Ávila
Temos muito gosto de colaborar consigo, na medida em que a gestão empresarial da nossa empresa o permitir e apesar dos sucessivos compromissos de programação já assumidos para o período que pretende.
De facto, já temos espectáculos programados para os dias 28 de Junho e 2 de Julho, que pressupõem montagens de palco nos dias anteriores, mas poderíamos porventura considerar a sua realização no espaço de "café-concerto" que tem funcionado no foyer do Coliseu, na sexta-feira 27 de Junho, pelas 22 horas.
O foyer dispõe de um pequeno palco, com estruturas de som e luz, onde a "Banda.Com" actua todas as quintas-feiras, ficando o público distribuído por mesas em formato de "café-concerto" com bar próprio.
O vosso concerto poderia realizar-se naquele local e naquela data, em regime de co-produção, com responsabilidades partilhadas da seguinte forma:
1 - Despesas
1.1 - Coliseu Micaelense
a) Cedência das instalações
b) Divulgação do concerto através dos meios promocionais da programação de Junho
c) Venda dos bilhetes
d) Apoio técnico de som e luz
1.2 - Bruno Ávila
a) Deslocação dos músicos
b) Backline
2 - Receitas
2.1 - Coliseu Micaelense
a) 100% da receita do Bar
2.2 - Bruno Ávila
a) 100% da receita da Bilheteira
O preço dos bilhetes seria definido por si, sendo que o referido formato de "café-concerto" pode comportar até 50 mesas de 4 lugares.
Fica à sua consideração.
Melhores cumprimentos

Jose Andrade
Director-Geral do Coliseu Micaelense"


Dito isto, como é óbvio, despoletei os mecanismos necessários para poder levar a cabo o Concerto. Só precisava de passagens,e, uma vez mais, contei com o precioso apoio do "Anima Cultura" e da Direcção Regional da Juventude. Ultrapassado este obstáculo, era já uma certeza que actuaria no dia 27 de Junho na maior Sala de Espectáculos dos Açores.
Tentei fazer deste Concerto um acontecimento, uma vez que, até à data, nunca havia tocado na cidade que me viu crescer. Era a primeira vez que teria oportunidade de me apresentar, com os meus músicos, num local onde as pessoas poderiam estar confortavelmente sentadas, num ambiente íntimo e reconfortante. Divulguei o Espectáculo o mais que pude: distribuí cartazes por toda a cidade e arredores, entreguei convites personalizados, dei algumas entrevistas...era mesmo importante que o público aderisse, até para retribuir o voto de confiança que me foi dado não só pelos patrocinadores, como pelo Director do Coliseu Micaelense, que em menos de nada se prontificou para me ajudar. Foi algo que nunca esqueci nem hei-de esquecer, até por uma promessa que lhe fiz posteriormente!
Uma semana antes do Concerto, por motivos que tinham a haver com modos diferentes de pensar, o David, até então baterista, abandonava o lote de músicos que me acompanhavam, dando lugar ao Pedro Andrade, que se voltava a juntar ao meu projecto com grande alegria minha, uma vez que sempre achei que era um dos melhores e mais talentosos bateristas portugueses.Sendo assim, tínhamos cerca de três dias para nos reunirmos e ensaiarmos os temas que fariam parte do Concerto, ao qual se juntaria, nos temas ao piano, o Stephan, que começava a ser presença assídua. As coisas até nem correram mal de todo, mas confesso que,chegado o grande dia, o meu único desejo é que o espectáculo corresse bem melhor que os ensaios. Felizmente, foi isso que aconteceu...
Ao longo de quase duas horas passámos por quase todos os temas do 1º Álbum e demos um cheirinho daquilo que ia ser o segundo, tocando 3/4 músicas que viriam a fazer parte do novo disco. Apesar da Sala estar muito despida (ressalvo o facto do Concerto ter sido no Foyer e não na Sala maior), tendo marcado presença cerca de quarenta pessoas, a nossa prestação foi muito interessante, e na plateia estavam pessoas que há muito desejava que me vissem em cima de um palco. Foi uma noite de emoções e reencontros, que marcou o fechar de um ciclo de quase cinco anos a lutar por um disco (Longa-Metragem) que nunca chegou a ser conhecido.
Fechou-se um capítulo...abriu-se outro!

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