quarta-feira, 14 de abril de 2010

As conversas com o Tózé!

As conversas com o Tózé Brito estavam na ordem do(meu!)dia! Numa primeira fase troquei vários "e-mails" com ele, a trocar impressões sobre o meu trabalho,as minhas expectativas e a visão que ele tinha sobre o actual estado da música em Portugal.Era um privilégio enorme estar em contacto permanente com alguém que é a encarnação da música em Portugal...e eu tinha(e tenho!)bem a noção disso!
Como estava nos Açores, e ele ia estar de férias entre 2 e 23 de Julho, ficou combinado ligar-lhe a partir do dia 25 para marcar uma reunião na "Universal". Nesse entretanto dei um concerto sem banda (play-back instrumental) onde cantei, essencialmente, músicas consagradas de nomes como Pedro Abrunhosa, Santos e Pecadores, Xutos e Pontapés, GNR, etc...não era o ideal, mas era uma forma de ganhar algum dinheiro enquanto as coisas não arrancavam à séria.
Entretanto, chegado o dia 25, entrei em contacto com o Tózé que me disse que seria desnecessário ir até Lisboa só para me reunir com ele. Bastaria que lhe enviasse um cd com algumas músicas e alguns vídeos de actuações. Foi o que fiz!
Levou algum tempo até receber uma resposta, mas já estava preparado para isso...em Outubro(não gostava muito de ser o puto chato, constantemente a insistir!), depois de lhe enviar um "e-mail" onde exprimia alguma da inquietação que sentia pelo tempo de espera, recebi a seguinte resposta:

"Bruno,

Desistir de ser feliz nunca! Agora,acredites ou não,tenho mesmo aqui à minha frente o teu envelope branco, enviado dos Açores...e ainda não tive aquele momento de calma que gosto de ter para ouvir o que me proponho ouvir sem ser a "despachar"!

Um dia,uma semana,um mês, não desesperes, ouço e digo-te tudo o que tiver a dizer, sem falsas promessas ou hiper criticismo. Acredita só que, quando ouvir o teu trabalho, o vou fazer sem me esquecer de que há muito tempo também eu já estive à janela, à espera de um sinal!

Aquele abraço,

Tózé"

Foi uma resposta que me deixou tranquilo. Não me importava quanto tempo ia levar, queria apenas sentir que do outro lado continuava a haver receptividade para a minha música.
Infelizmente, passados dois meses, mais própriamente a 28 de Dezembro, o Tózé Brito deixava a Universal que se iria fundir com a Universal espanhola. Todos os artistas portugueses passariam a ficar sob a alçada de um Presidente francês e é óbvio que o meu futuro voltava a "patinar".
A má notícia é que tinha perdido duas oportunidades de ouro em apenas um ano...a boa é que o Tózé pretendia continuar ligado à música, como o próprio declarou à "Blitz" (http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/17549) quando estava de saída da maior Discográfica do Mundo.

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