sábado, 27 de fevereiro de 2010

E agora?

No regresso à ilha havia uma coisa que não me saía da cabeça: como dar seguimento à embalagem que tinha vindo a conseguir nos úlimos meses? Tinha participado num Festival, estado em dois dos programas com maior audiência no país e, no entanto, só tinha um reportório de três músicas, uma delas da autoria do picoense Roberto Lino...precisava de material e não o tinha.
Entretanto no mês de Janeiro de 2003 fica decidido que vou novamente a Lisboa jogar e contacto de imediato a produção do "Olá Portugal", na esperança de poder lá voltar. Tinha de aproveitar todas as minhas idas a Lisboa para aparecer. Depois de alguns contactos, ficou decidido que voltaria à TVI no dia 21 de Janeiro (não me esqueço porque foi no dia de anos do meu amigo Kiko). Voei para Lisboa a 20 (terça-feira) e na quarta (21) lá estava eu, pronto a apresentar mais uma das minhas canções. Desta feita cantei "Vida Cruel", uma balada que nunca cheguei a editar e que foi feita a pensar numa prima de um amigo meu que morreu de forma trágica num desastre de automóvel. Uma vez mais fui bem recebido, todos gostaram, mas eram apenas mais 5 minutos de fama...no final, o telefone, como desejado, não tocava, e ninguém mostrva sinais de estar interessado num jovem que chegava dos Açores com a pretensão de ser músico. Nessa viagem havia de ficar cerca de trinta dias em Lisboa...foi um momento de viragem, por duas razões: porque consegui, finalmente, transformar toda a adrenalina em inspiração, tendo escrito uma das canções que mais gosto, "PARADO E DISTANTE", e porque tive oportunidade de me aperceber, pela pimeira vez, como era viver numa grande cidade. Estava com uma energia incrível, cheio de esperança que as coisas dessem certo. Lembro-me de enviar "e-mails" para todas as pessoas que disponibilizavam o seu "e-mail" nas páginas dos jornais...eu sei lá...lembro-me de ter escrito ao Carlos Castro( com o qual me cheguei a encontrar nas Amoreiras), ao Joaquim Letria, que me respondeu e, sem falsas promessas, disse que ia encaminhar ao Director do 24 Horas, onde tinha a sua crónica...ao Rui Unas, que também me respondeu e me explicou que o Cabaré da Coxa era mais para a palhaçada...eu sei lá o que mais...pintei o caneco...na altura, se visse uma cara conhecida na rua, ia lá e abordava-a no sentido de tentar fazer com que ouvisse as minhas músicas...ainda acreditava que alguém me podia ouvir e, do nada, apostar em mim...belos tempos!
A 21 de Fevereiro voltei para São Miguel decidido a regressar a Lisboa, desta feita para ficar...já não havia volta a dar!

Sem comentários:

Enviar um comentário