quarta-feira, 30 de junho de 2010

Casting para os Morangos

No dia 21 de Abril regressei a Lisboa para fazer um casting para a nova série dos "Morangos com Açúcar". Queriam gente que soubesse cantar, dançar e representar...uma semana antes tinha enviado umas fotos e presumo que, graças a elas, fui seleccionado.
Ora, cantar, canto, goste-se ou não, e foi maioritáriamente por isso que lá fui...quanto ao resto, devo confessar que me senti um pouco ridículo. Comigo, na mesma sala, estavam mais quinze (com idades entre os 13 e os 26), dispostos a tudo para agarrar a oportunidade das suas vidas. Naquele dia, lamberiam chão para fazer parte do novo elenco, e eu, muito honestamente, não conseguia partilhar dessa euforia! A minha motivação era, sobretudo, dar a conhecer o meu novo disco, algo que concretizei quando, no final, entreguei um exemplar a cada um dos quatro elementos do Júri. Quanto ao resto, não estava, definitivamente, a jogar na minha área, pelo que não me frustra dizer que represento tão bem como canto quando estou sem voz!
Casting feito, surgiu um contacto de uma Editora que já me havia contactado um ano antes e ao qual, na altura, não dei muita atenção. Desta feita, estava a esgotar todas as hipóteses de conseguir uma chancela que me permitisse editar o meu 2º CD. Acedi ir a uma reunião com o Sr. Rodolfo Salvado, responsável pela "Distrirecords" e ouvir o que tinha para me dizer. Foi uma das mais convincentes propostas que recebi, mas, como quase sempre acontece nos dias que correm, teria de pagar 5000 euros para assinar contrato. Se fosse rico, tinha assinado, mas não podia hipotecar ainda mais a minha vida sem garantias precisas de que iria ter retorno. Estava muita coisa em jogo nestes últimos sete anos tinha aprendido muita coisa, entre as quais não assinar um contrato sem me aconselhar primeiro. Nesse dia saí de lá com alguma esperança, mas fiquei de lhe dar uma resposta nas semanas seguintes.
Entretanto, fiquei a saber que, para ter um anúncio de 14 segundos na RFM, que passaria quatro vezes por dia ao longo de duas semanas, teria de pagar a módica quantia de...7500 euros. Mais coisa menos coisa...e é óbvio que essa era uma verba inatingível para o meu orçamento! Pedimos ainda propostas à Best Rock e à Comercial, mas a verdade é que ter um anúncio sem ter a música na "play-list" não teria o efeito desejado!
Regressei aos Açores no dia 28 de Abril e, uma vez mais, pouco mais tinha do que uma mão cheia de nada. O cansaço psicológico por essa altura estava a transformar-se em algum desespero de causa...não queria desistir, mas qual o preço a pagar para darmos (!) um pouco da nossa arte ao mundo nos dias que correm?

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