sexta-feira, 25 de junho de 2010

De volta à Capital...

Terminada a aventura televisiva, e feito um pequeno compasso de espera, regressei a Lisboa. O motivo inicial da viagem foi uma reunião agendada para meados de Fevereiro com o Bruno Horta, uma das poucas pessoas que tinha mostrado interesse no meu trabalho depois de o ouvir. Não ia com muitas expectativas e no fim da conversa percebi que, uma vez mais, não iria dar em nada. Uma das coisas que ouvi, e que até então nunca tinha ouvido, é que teria de pagar as reuniões que se seguissem se estivesse interessado em trabalhar com a sua Agência. Já tinha pago para gravar, já tinha pago para tocar, já tinha pago para promover...mas para conversar nunca tal tinha ouvido!
"Queimada" mais essa alternativa, voltei a estar em Lisboa tal como tinha estado há seis anos atrás: sem destino! Acordava e ia para a rua, à espera de encontrar alguém, de ter alguma ideia, de ter alguma oportunidade...sei que para o comum dos mortais isto pode parecer muito vago, mas a mim parecia-me muito mais promissor sair à rua em Lisboa que em Ponta Delgada...e isto, claro,falando em termos profissionais!
Em virtude de ter um amigo de São Miguel a trabalhar num Ginásio em Cascais, passei lá grande parte do meu tempo. Era uma forma de me manter ocupado e de não perder a forma física, algo que, para mim, é fundamental! Num desses dias, e depois de ter ficado combinado, encontrei-me com a Lili Caneças no Bar do Ginásio. O objectivo era que me desse um empurrão para ir apresentar-me na TVI, no programa onde participa semanalmente "Você na TV". A impressão com que fiquei dela, muito sinceramente, foi boa: é culta, simpática e confessou-me ter adorado a visita que fez a São Miguel, a convite da Dra. Berta Cabral. Disse-me também que o mundo artístico era muito complexo mas que iria entregar o meu disco e a minha fotografia à produção e logo se via.
Umas semanas mais tarde fui a Aveiro, a uma Editora que tinha nascido pelas mãos de um antigo funcionário da "Mundial", a minha primeira Editora. Tinham uma proposta para mim, que ouvi com atenção...e no dia a seguir, de regresso a Lisboa, tive nova reunião, desta feita em Queluz, com outra Editora. Ambas pediam dinheiro para me lançarem o disco, o que não era surpreendente, mas a verdade é que a minha posição era apenas a de ouvir. Naquela altura já estava com um fundo de maneio muito reduzido, e qualquer contrato que assinasse teria, em qualquer dos casos, de ter a participação monetária dos meus patrocinadores. Já não dependia de mim, e deixei-lhes isso bem claro!
Quase um mês e meio depois de ter aterrado em Lisboa, voltei a São Miguel. Tinha duas propostas para editar, mas estava muito mais maduro no que toca a lançar-me de olhos fechados para os desafios! Já uma vez tinha sido enganado e não iria voltar a sê-lo! Por outro lado, ninguém me dava garantias de nada, e isso era uma coisa que me incomodava! Como é que eu ia pagar a alguém para me fazer um trabalho sem que essa pessoa/entidade me oferecesse garantias de que as coisas, desta feita, iriam funcionar?
Lançar um disco por lançar, é matar o disco à partida...disse-mo o Tózé Brito e, até hoje, valeram-me mais os seus conselhos do que qualquer proposta que tenha recebido!

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